Wednesday, May 29, 2013

Resenha: O apanhador no campo de centeio



Sinopse (retirada do site da Livraria Cultura)
"Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois. Revela o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, professores e amigos?"

Li apenas a versão em português e eu já havia sido avisada que a tradução está relativamente "porca", "no duro". Vou ler em breve em inglês para fazer uma comparação.
Resolvi ler esse clássico, porque, bem, é um clássico, eu nunca tinha lido e o tema desse mês do desafio literário era "livros citados em filmes" e esse livro é citado no filme "As vantagens de ser invisível", o Charlie o lê como trabalho extra e adora.

Bem, eu esperava muito desse livro, já chegou a ser um dos livros mais lidos nos EUA, e confesso que tive uma leve decepção.
O livro é fininho, mas a linguagem dele é complicada, "no duro". Embora seja um livro YA(jovem adulto), não é o tipo de linguagem que eu goste de ler, embora mostre bastante sobre a história e o personagem principal: Holden Caulfield.
A hstória nada mais é que o Holden tentando entender a vida, a adolescência, porque as coisas acontecem desse jeito, tenta definir um rumo para a vida dele.
Acho que foi um "As vantagens de ser invisível" dessa época, mas a mim, particularmente, não atraiu muito, "no duro".
O Holden é bem confuso, oras apresentando rebeldia, oras apresentando doçura pelos seus pensamentos, não atitudes. Apesar de tudo achei a leitura do livro boa, é leve apesar das várias gírias e da linguagem do Holden que para mim foram forçadas demais porém acredito serem propositais pelo comportamento e personalidade dele. O livro que foi citado no filme "As vantagens de ser invisível" é também comparado com o livro que dá título ao filme, como um semelhante daquela época. Não achei bem assim porque achei muitas diferenças básicas de caráter entre o Holden e o Charlie. Acho que eu não estava na "vibe" do livro, "no duro", e que o livro é mais um daqueles livros que todo mundo coloca em um pedestal - e o livro nem vale tanto assim.

Escrita: 7/10
Capa: 3/10
História: 7,5/10
Personagens: 6/10
Nota final: 5,75 (bom)


Ps: quis dar uma de irônica colocando os "no duro". Quem leu ou ler vai entender o motivo :)


Tuesday, May 14, 2013

Eu amo os animais!



Então que essa semana uma notícia chocou o Rio Grande do Sul e o Brasil.
Uma mulher foi filmada torturando e incitando o filho a torturar um cachorrinho da raça poodle. O cachorrinho está bem, já tem outro dono, a mulher irá responder à policia civil e a notícia trouxe muitas pessoas indagando que a mulher era uma covarde, era terrível, que devemos ter amor aos animais.

E eu concordo com isso.
Mas não concordo com uma coisa. Que aliás me incomoda muito.

A mulher agiu de completa má índole, uma pessoa terrivel mesmo e ainda estava ensinando o filho a ser ruim, também.
Só que é fácil apontar o dedo para um ato covarde quando é dos outros, quando é filmado e quando é violento na forma mais simples e pura que nós conhecemos na socidade.

Infelizmente, muitos que se comoveram com a história do poodle também são covardes referentes a muitos animais e situações no dia a dia, sem perceber, claro que não em mesmo grau porém covardes do mesmo jeito.
Você é um covarde quando passa por um animal em situação de risco extremo (seja subdesnutrido, seja com algum ferimento grave) e o deixa ali, da mesma maneira.
Você é um covarde e ainda tortura seu animal quando não castra o mesmo, quando "obriga" o mesmo a ter filhotes, cria após cria, doando os filhotes para qualquer pessoa.
Você tortura seu animal quando não fornece todo auxílio necessário ao animal, como banhos, alimento, água, local para se movimentar, brincadeiras, consulta veterinária, vacinas, castração.
Ter um animal de estimação é muita responsabilidade. Eles sentem fome, frio, precisam de carinho, de cuidados. São um ser vivo como qualquer outro, inclusive como filhos, ou seja, devem ser tratados ao menos com o mínimo necessário para a sobrevivência do mesmo e com respeito. Se não tem condições financeiras de prover o básico, faça um favor a você e aos animais e não tenha. E não venham me dizer que vacina, anti-pulgas e castração são "luxos" ou "muito caros". Há diversas campanhas para comunidades e pessoas carentes, bem como ONGs e profissionais veterinários que cobram um serviço mais acessível e de igual qualidade para os que não tem tanta condição assim. A questão é até onde você se sente responsável por seu bichinho para deixar de comprar a tua comida favorita, um batom, economizar para levar o mesmo ao veterinário.

Eu acho muito legal mesmo que mais pessoas estão aderindo a causa animal. Vamos aderir sim, mas com consciência e responsabilidade, sem hipocrisia. Primeiro olhe pra você, promova a mudança que você quer no mundo em você para depois aplicá-la ao mundo do contrário não irá funcionar. É fácil ser uma "boa pessoa", é fácil "amar os animais" via internet, na frente de amigos, ser o maior fã dos animais mas negar auxilio ao seu próprio ou ao menos um pote de água a um animal de rua, uma atitude tão simples que muda tanto.

Outro ponto: amor não se compra, companhia fiel também não. Evite a compra de animais, prefira a adoção. Amor não tem credo, cor e nem raça, não é mesmo? Faça a mudança que quer no mundo e comece por você.

Wednesday, May 1, 2013

[RESENHA] Primavera num espelho partido

Sinopse "A história central de 'Primavera num espelho partido', do uruguaio Mario Benedetti gira em torno de Santiago, personagem condenado ao exílio interior numa prisão de seu próprio país, por ter participado da guerrilha urbana durante o período da ditadura militar no Uruguai, imposta de 1973 a 1985. Já sua mulher Graciela é obrigada a se mudar para a Argentina com Beatriz, sua filha pequena, e dom Rafael, seu sogro, para reconstruir a vida. Para o marido, detido em sua cela, é como se o tempo tivesse parado"


Outro livro que li um pouco sem vontade, não sei, estava meio sem "tesão" de ler o livro apenas pela sinopse.

Confesso que me surpreendi. O livro é sobre amores, perdas, uma história de amor que não é aquele conto de fadas. É em primeira pessoa, o que para alguns, pode se uma dificuldade. Eu gostei porque me aproximou mais das personagens. Amei os capítulos da Beatriz, foram os melhores. A vida das pessoas próximas do Santiago mudam muito enquanto a de Santiago permanece quase a mesma (embora ele passe a se conhecer mais e a compreender fatos de seu passado e de pessoas amadas com mais clareza).

O livro trata de perdas, de lealdade, de ditadura...não é leve mas também não é pesado. Recomendo para quem quer ler algo diferente.

Escrita: 8/10
Capa: 5/10
História: 7,5/10
Personagens: 7,5/10
Nota final: 7 (ótimo)