Haters gonna hate |
Lembro-me bem como eu sofria "bulling" por usar óculos imaginários (digo imaginários pois minha miopia foi uma descoberta tardia) na infância - e por ser magrela, mas esse não é o foco. Criança tem mania de brincar com tudo que é meio diferente e isso é normal, e é até sadio, dependendo da brincadeira. Eu sempre li muito, fui incentivada a isso e então eu lia. E estudava. E perguntava. Sempre fui muito curiosa, também, o que me fazia parecer chata para alguns coleguinhas de aula e que o que gerava algumas piadinhas de "cdf" e afins, nada demais, nada traumático. Junto com isso, aos 8 anos, conheci os video games e aí a coisa piorou um pouco, passaram a me chamar de "nerd". Com poucos 8 anos eu não entendia direito o que aquela palavra, nerd, significava direito, mas parecia ruim e algumas colegas de classe diziam que eu nunca teria um namorado por causa disso. Não entendi essa pressão moral até hoje.
Pois bem, o tempo passou, a tecnologia e informação ficaram mais acessíveis e hoje, muitas pessoas também se interessam por video games, jogos de tabuleiros, MMORPG, filmes de ficção científica, fantasia e afins e as redes sociais ajudam essas pessoas com gostos parecidos a encontrar-se.
Os "óculos" viraram moda.
Antes, aqueles que eram julgados por gostarem de algumas dessas coisas eram taxados como algo ruim, alguém que não teria amigos, excluído socialmente - coisa que aconteceu comigo, não sei vocês - e como algo que ninguém "normal" gostaria de ser chamado.
Hoje, bem, parece ser orgulho ser chamado de "nerd". Com o tempo percebi o quanto generalizações são idiotas e passei a não apoiar o uso de qualquer palavra que vá definir um grupo social a partir do que goste ou não, como sendo obrigatório, por exemplo, que um "nerd" goste de Star Wars ou Star Trek. Claro, o grupo social nerd existe, e claro, há limitações para essa definição, mas não gosto delas e esse não é o foco do meu texto.
O problema é: as pessoas que tiveram um período de vida parecido com o meu a partir dos 8 anos, que fazem parte desse mundo há algum tempo estão com raiva ou sentimentos do gênero sobre esse tal orgulho nerd. Eu, particularmente, não tenho raiva disso. Eu vejo os benefícios disso. Esse upgrade "nerd" serve para uma coisa, ótima, por sinal: a maior oferta de produtos. Antes, era raro conseguir uma camiseta legal de algum jogo, o acesso a alguns itens era escasso e dependendo o que se queria, não se conseguia. Comprar quadrinhos era complicado, também, pois nem todas versões chegavam ao Brasil, se não chegavam atrasadas demais ou sua publicação era cancelada. Hoje, a oferta é bem maior, pois a procura é maior e isso é bom pra todo mundo e existem até marcas brasileiras produzindo itens de qualidade.
No mais, gostaria de recordar que na minha "época" eu era taxada como nerd porque estudava muito, lia muito, jogava Game Boy e fui na pré-estréia de filmes como Star Wars com o meu pai. O mais importante é: eu estudava MUITO. E continuo estudando. Quer chamar-se de nerd, o faça, mas ao menos seja coerente e aprenda a escrever direito e interpretar informações, aí sim dá parar sentir-se orgulhoso por algo.
Às vezes eu não sei se estou lendo ou simplesmente estou pensando igual tu.
ReplyDeleteJá te conheço e sei exatamente como tu pensa... Então quando eu leio algo que tu escreve sobre uma critica ou uma declaração eu já sei exatamente o que vai vir na próxima linha!!
Muito bom, concordo com cada palavra que tu escreveu!!!
Obrigada amor ^^
ReplyDeleteRealmente, até quem nunca gostou de usar, vê os modelos de hoje e fica morrendo de inveja... cada óculos lindo *-* hahaha
ReplyDeleteEu fico morrendo de vontade de trocar de armação direto Sabrina! uhahua
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